Outubro é o mês de conscientização e combate ao câncer de mama. Nesta matéria falamos sobre prevenção, exames, diagnóstico, além de abordar aspectos históricos sobre a data. Por exemplo, você sabe como e onde começou o Outubro Rosa?
E a idade certa pra começar a fazer a mamografia? Alguns dizem que é aos 40 anos, outros que é só aos 50... qual, afinal, é a idade correta? E, será que é preciso complementar a mamografia com um exame de ultrassom de mamas também? A gente conta tudo isso e muito mais aqui!
De acordo com o INCA (Instituto Nacional de Câncer), são estimados para o ano de 2023 mais de 70 mil novos casos de câncer de mama no Brasil. Isso significa um risco de aproximadamente 66,5 casos para cada 100 mil mulheres.
Apesar de a incidência variar um pouco de um país para o outro, o câncer de mama é o que mais acomete mulheres em todo o mundo, tendo somado cerca de 2,3 milhões de casos apenas em 2020, segundo dados do IARC (International Agency For Research On Cancer).
Apesar dos dados alarmantes, o prognóstico é positivo quando a doença é diagnosticada precocemente. As chances de cura quando o câncer de mama é descoberto em estágios iniciais pode chegar a 95% de acordo com a Femama (Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama).
Por isso é tão importante a existência do dia mundial de combate ao câncer de mama (19 de outubro) e de campanhas de prevenção e conscientização como o Outubro Rosa.
No final da década de 1970, a norte-americana Susan Goodman Komen recebeu o diagnóstico de câncer de mama aos 33 anos. Na época, os tratamentos ainda eram limitados e Susan veio a falecer poucos anos depois, em 1980, com apenas 36 anos.
Muito abalada com o fato, a irmã de Susan, Nancy Goodman Brinker, decidiu reagir. Ela acreditava que o destino da irmã poderia ter sido diferente se tivesse mais acesso a informações sobre o câncer de mama, o que, talvez, pudesse ter antecipado seu diagnóstico e modificado o prognóstico de Susan.
Com isso em mente, no ano de 1982, Nancy criou a Susan G. Komen for the Cure, uma fundação focada em desenvolver ações de conscientização e informação a respeito do câncer de mama.
Com o tempo, a fundação foi ganhando força, até que no início dos anos 1990, realizou em Nova York a primeira edição da Corrida pela Cura (Komen Race for the Cure). Na ocasião, foi lançada a ideia do laço cor de rosa, distribuído como broche para ser usado por todos os participantes do evento. Depois disso, o objeto passou a ser distribuído em locais públicos, desfiles e diversos eventos.
A partir de então, grandes entidades públicas e privadas se articularam em prol dessa causa, primeiro nos EUA para em seguida espalhar o movimento de conscientização por várias partes do mundo utilizando o símbolo do laço cor-de-rosa durante o mês de outubro.
Hoje, a fundação Susan G. Komen for the Cure é a maior organização de esclarecimento sobre o câncer de mama no mundo, responsável por gerar a enorme onda de informação sobre prevenção e diagnóstico precoce da doença, dentro do movimento a que todos conhecem como Outubro Rosa.
No Brasil o Outubro Rosa chegou de forma discreta em 2002, em uma campanha que iluminou o Obelisco do Ibirapuera, um monumento localizado na região do parque do Ibirapuera, na capital paulista.
Depois disso, o movimento seguiu sem muita articulação no país até por volta de 2008, quando ganhou força em diversas capitais que decidiram trazer o assunto para sua pauta de saúde pública criando campanhas que envolvem desde a iluminação em cor-de-rosa de grandes ícones de suas arquiteturas locais até a promoção de grandes eventos para conscientização e informação do público.
Antes de tudo é essencial entender que, apesar de o autoexame ser um método fácil e simples, que pode ser realizado por todas as mulheres, ele não substitui a mamografia no diagnóstico precoce do câncer de mama.
Trata-se de uma técnica de apalpamento e identificação de possível presença de nódulo no seio, que pode ou não ser um câncer de mama, mas desde 2015 o Ministério da Saúde e o INCA não indicam essa técnica para investigação de tumor em estágio inicial.
O autoexame é uma técnica útil para detecção de tumores em estágio já mais avançado. Além disso, estimulá-lo pode causar pânico (pois nem todo nódulo no seio é cancerígeno) e até, eventualmente, desestimular a realização da mamografia, em alguns casos.
No entanto, tendo em vista a proporção continental do Brasil e as imensas diferenças socioeconômicas entre sua população, não se pode abrir mão do autoexame como uma possível técnica de rastreamento, principalmente para mulheres sem acesso à saúde pública e a outras alternativas de diagnóstico.
Apesar de não ser recomendado para o diagnóstico precoce do câncer de mama, o autoexame é válido, sobretudo, para o conhecimento do próprio corpo pois, sabendo como são os seus seios, a mulher tem maior autonomia para perceber eventuais alterações que ocorram ao longo do tempo.
É importante ressaltar, ainda, que é relativamente comum a presença de pequenos nódulos na mama, o que não deve causar pânico a princípio. Caso isso aconteça, não se desespere. Marque uma consulta com um especialista e realize os exames que ele indicar.
O autoexame das mamas pode ser realizado durante o banho, deitada ou em frente ao espelho. Abaixo, selecionamos algumas dicas*:
O exame de mamografia é indispensável para o diagnóstico precoce e maiores chances de cura do câncer de mama. Trata-se de um exame de rastreio por meio de imagens que analisam o tecido das mamas.
De acordo com o INCA, a mamografia deve ser realizada pela população em geral a partir dos 50 anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) indicam esse exame para as mulheres a partir dos 40 anos.
Entre 40 e 50 anos, o recomendado é que se realize a mamografia a cada dois anos, se não houver alteração. Após os 50, a periodicidade deve ser anual.
Para as mulheres com menos de 40 anos, os médicos podem indicar o exame em casos específicos, como nódulos palpáveis, suspeita de síndromes hereditárias ou como complemento para diagnósticos.
Mulheres com seios muito densos podem precisar complementar a mamografia com outros exames de imagem, como o ultrassom. Alguns médicos e instituições de saúde têm como protocolo de rotina o ultrassom como exame complementar à mamografia.
Nos casos em que a mamografia indica alguma anormalidade nas mamas, uma biópsia deve ser feita para determinar se o diagnóstico é benigno ou maligno.
No laudo médico que acompanha as imagens com os resultados da mamografia, em geral, consta uma classificação utilizada de maneira universal, denominada BI-RADS, que vai de 0 a 6, cada número significando uma conduta específica. Nos casos BI-RADS 4 ou 5, os médicos solicitam uma biópsia.
A mamografia é um exame que provoca certo desconforto, pois necessita que seja realizada compressão mamária, o que pode causar até mesmo dor, mas é algo passageiro e em geral tolerável. Essa compressão é indispensável para a realização de um exame correto.
A tolerância à dor é uma questão muito pessoal, então a recomendação geral é que se evite marcar o exame de mamografia em data muito próxima à menstruação, pois nessa fase o tecido mamário fica mais sensível, o que aumentará o desconforto no exame.
Fonte:“Breast Self-Exam” . Acesso em 05.10.2023