Fez cirurgia de histerectomia e está urinando toda hora? Ou está com vazamento de urina? Ajudamos você a passar por isso. Clique e confira!
A histerectomia é um procedimento cirúrgico no qual o útero, ovários, trompas de falópio e partes da vagina podem ser removidos.
Entre os fatores clínicos que podem levar à uma histerectomia estão o câncer, miomas uterinos, endometriose, prolapso uterino, sangramento uterino anormal, a doença inflamatória pélvica (DIP), entre outros.
Existem diferentes tipos de histerectomias que variam de acordo com a demanda pela intervenção.
A histerectomia total ocorre quando há a remoção do útero e do colo do útero. Nessa modalidade os ovários e as trompas de falópio não são retirados.
Na histerectomia subtotal (ou parcial), apenas parte do útero é removida. Neste caso, geralmente o colo do útero permanece.
A histerectomia radical, por sua vez, é caracterizada pela remoção do útero, do colo do útero, de parte da vagina e de tecidos ao redor dos órgãos reprodutores.
A remoção completa ou parcial dos órgãos reprodutores causa alteração na anatomia do assoalho pélvico. Com essa alteração, ocorre o prolapso vaginal – quando as musculaturas de suporte na região acabam por ser enfraquecidas.
Consequentemente, ocorre a queda dos órgãos pélvicos, inclusive da uretra e da bexiga. Com a pressão exercida pelos órgãos, o esfíncter urinário funciona de forma alterada. Esse fenômeno somado às mudanças hormonais ocasionadas pela retirada dos órgãos pode contribuir para o aumento do risco de incontinência urinária após a histerectomia.
Existem diversos motivos que podem causar o forte odor na urina após o procedimento. Mas é importante salientar que não é comum que haja cheiro forte na urina após a histerectomia.
Aqui estão alguns dos motivos que podem alterar o cheiro da urina:
Segundo a médica Maya Caetano, do Instituto de Nefrologia de Brasília (Ineb) em entrevista para a Fundação Pró-Rim, “a urina [...] em uma pessoa saudável, deve ser amarelo claro, quase transparente, com pouca espuma e cheiro”.
Se após a histerectomia for notado um cheiro forte na urina acompanhado de vontade frequente de urinar, desconforto abdominal e dor ao urinar, consulte o seu médico. Apesar de serem sintomas comuns após a realização de uma histerectomia, eles também podem indicar uma infecção urinária.
Nem sempre o que é comum é normal!
Após realizar a histerectomia, o mecanismo de ligamentos e músculos da região perianal (assoalho pélvico) são modificados. Assim, o suporte da uretra e da bexiga alterados acarretam o mau funcionamento do esfíncter urinário, músculo que impede a perda de urina.
Por ser uma cirurgia bastante invasiva, as estruturas de sustentação da bexiga e a uretra são prejudicadas, ocasionando a incontinência urinária.
Apesar disso, vários outros fatores podem contribuir para que você sinta vontade de urinar a toda hora.
O edema, ou seja, o inchaço consequente da cirurgia, pode pressionar a bexiga, aumentando a vontade de urinar. Além disso, a irritação da bexiga gerada pela manipulação dos órgãos durante a cirurgia e o estresse pós-operatório resultam no mesmo efeito.
Outros causadores da sensação de maior necessidade de urinar são a própria alteração da anatomia pélvica e a infecção urinária - assunto que abordaremos mais adiante.
A dor ao urinar após uma histerectomia pode ser ocasionada por várias razões. Sua causa específica, como já falamos, deverá ser determinada pelo seu médico através de uma avaliação apropriada.
Algumas das possíveis causas de dor ao urinar após uma histerectomia incluem a infecção urinária, lesões ou irritação nos órgãos e tecidos manipulados, o uso do cateter durante ou após a cirurgia, alterações de anatomia e pressão e a inflamação dos tecidos pélvicos.
É importante lembrar que, apesar de comum, sentir dor ao urinar após a histerectomia não é normal.
Caso haja dor ao urinar, é fundamental relatar esse sintoma ao médico-cirurgião o mais rápido possível.
Apesar de ser uma possibilidade em algumas mulheres, nem todas as mulheres passam pela infecção urinária após a histerectomia.
Essa complicação pós-operatória pode ocorrer pela manipulação dos órgãos pélvicos, o que aumenta o risco de infecção do trato urinário (ITU).
Os seguintes sintomas podem indicar a possibilidade de uma infecção urinária pós-histerectomia:
Caso haja a ocorrência de dois ou mais sintomas, o médico-cirurgião deverá sem consultado para avaliação, diagnóstico e tratamento adequados.
Enfrentar a incontinência urinária após uma histerectomia pode ser desafiador. Entretanto, existem várias opções de tratamento e estratégias que podem aliviar esse problema:
Os exercícios de Kegel fortalecem os músculos do assoalho pélvico, beneficiando a sustentação de órgãos como a bexiga, útero e intestinos. Por serem bastante discretos, podem ser realizados em qualquer lugar.
Mas atenção: é importante aguardar o primeiro mês do pós-operatório. Depois disso, os exercícios podem ser realizados pelo menos três vezes ao dia.
Existem diversos artigos, vídeos e aplicativos que auxiliam na execução dos exercícios de Kegel.
Escolha o formato que melhor se adapta a você!
A Fisioterapia do Assoalho Pélvico é uma abordagem terapêutica que visa fortalecer e reabilitar os músculos da região pélvica.
Essa técnica tem como objetivo tratar disfunções como incontinência urinária e fortalecer e coordenar músculos na região pélvica.
A modificação da dieta e estilo de vida pode ajudar no controle da incontinência urinária através da busca por um estilo de vida mais saudável.
Isso inclui a ingestão de água, a redução do consumo de bebidas diuréticas, consideradas “irritantes" para a bexiga, como cafeína e álcool, e a manutenção de um peso saudável, que reduz a pressão sobre o assoalho pélvico e a bexiga.
É importante reforçar que produtos desenvolvidos especificamente para a incontinência urinária oferecem controle de odor, proteção contra vazamentos e, em sua maioria, absorção superior se comparados com produtos menstruais.
Para cada tipo de incontinência existe um produto adequado. Eles são a forma mais prática, discreta e eficaz para lidar com a incontinência urinária. Esses produtos vêm na forma de absorventes, roupas íntimas e fraldas, todos adequados para cada nível de escape de urina.
A avaliação da incontinência urinária pelo médico cirurgião responsável é essencial para uma análise abrangente da saúde do trato urinário e da região pélvica. Por isso, é importante saber quando procurá-lo.
Somente este profissional poderá realizar exames clínicos, testes urodinâmicos e, em alguns casos, exames de imagem para determinar a causa e a gravidade da incontinência.
Com base nessa avaliação, serão propostas opções de tratamentos medicamentosos ou até cirúrgicos para a incontinência urinária.